Um grupo de
deputados da Ação Democrática Independente (ADI) pediu ao Tribunal
Constitucional de São Tomé e Príncipe a declaração de inconstitucionalidade do
decreto-lei que regulamenta a atribuição da nacionalidade por investimento ou
doação, anunciou hoje o partido.
“Em carta
dirigida ao presidente do Tribunal Constitucional, os deputados do ADI
manifestaram a sua oposição ao programa, alegando existirem flagrantes
violações da Lei da Nacionalidade e da Constituição, razão pela qual requerem
ao tribunal que seja declarada com força obrigatória geral a
inconstitucionalidade e ilegalidade do decreto-lei em causa, bem como de todos
os atos subsequentemente praticados pelos poderes públicos”, lê-se.
Em causa
está o Programa de Cidadania por Investimento, aprovado no Conselho de
Ministros de 10 de maio e promulgado pelo Presidente da República, Carlos Vila
Nova, em 28 de julho.
Antes da
promulgação e entrada em vigor do decreto-lei, o Governo são-tomense assinou,
em 21 de maio, um contrato de concessão de serviço público por 10 anos com a
sociedade Passport Legacy, criada segundo as leis do Dubai,
com representação em São Tomé, sendo que as receitas do projeto
serão repartidas em 56% para o Governo são-tomense e 44% para a Passport
Legacy.
No entanto,
o primeiro-ministro são-tomense, Américo Ramos, sublinhou na
sexta-feira que foi o 17.º Governo, chefiado pelo ex-primeiro-ministro
(2018-2022) e ex-presidente do MLSTP, Jorge Bom Jesus, que fez aprovar a
alteração à lei da nacionalidade em 2022, “incluindo a possibilidade da
atribuição de nacionalidade por investimento”.
O chefe do
executivo são-tomense assegurou que o programa faz parte de "um processo
transparente" e "tem uma arquitetura institucional sólida e
abrangente”, e rejeitou as "críticas e ceticismo".
“Trata-se,
sim, de um instrumento financeiro praticado em mais de 80 países do mundo e com
provas concretas, com provas dadas de instrumento bem-sucedido na mobilização
de recursos para esses países”, sublinhou Américo Ramos.
Lusa
