O festival contemplará debates sobre políticas públicas,
sustentabilidade ambiental, inovação tecnológica e resiliência climática,
promovendo "o diálogo entre ciência, cultura, sociedade e governo".
São Tomé e Príncipe acolhe até 12 de julho o primeiro
Festival das Ilhas do Mundo — Fim do Mundo, que começou na sexta-feira,
reunindo representantes de quatro países em debates, palestras e reflexões
sobre as alterações climáticas e a cultura.
O presidente da Associação Roça Mundo, João Carlos
Silva, que organiza o evento, precisou que o festival “é o fim do mundo, é
o início do mundo, é o início de outros mundos para o futuro”, e será marcado
por vários painéis para falar “deste grande problema mundial”, que são as
alterações climáticas.
João Carlos Silva, sublinhou que São Tomé e Príncipe “não
está isolado”, referindo que “são duas ilhas pequenas, com muito pouca
população, com território exíguo, mas que pagam o mesmo que os outros países
que dão cabo do oceano, que dão cabo do mar, dão cabo das espécies”.
O evento conta com o alto patrocínio da Presidência da
República de São Tomé e Príncipe e enquadra-se no âmbito dos 50 anos da
independência do arquipélago, que se vai assinalar no sábado, 12 de julho.
“Este festival pode ser visto como uma afirmação do nosso
compromisso com a cultura como fundamento da soberania, com a sustentabilidade
como condição de sobrevivência e com a cooperação internacional entre
territórios insulares como espaço de participação, inovação e resistência
diante dos desafios globais do nosso tempo”, declarou o Presidente são-tomense,
Carlos Vila Nova, na abertura oficial da iniciativa, que decorre na Casa das
Artes, Cultura, Ambiente e Utopia (CACAU), na capital são-tomense.
O chefe de estado são-tomense sublinhou que o festival é
expressão viva da identidade múltipla e aberta ao mundo, “feita de cultura, de
memória, de criatividade, de ligação profunda à terra e ao mar”.
“O nome do festival, ‘Fim do Mundo’, pode, à primeira
impressão, parecer uma provocação, mas para nós indivíduos, este fim pode, na
verdade, ser entendido como um princípio, um ponto de encontro, um lugar de
resistência, de criação, de reinvenção do planeta”, disse Vila Nova.
“É aqui, nas cidades, que pulsa uma vitalidade própria, onde
a cultura se entrelaça com a natureza e onde o passado e o futuro se cruzam em
métodos, línguas, saberes e sabores. Este fim é igualmente um lugar de origem e
de reencontro. É daqui que partimos, é aqui que nos afirmamos, com a força da
nossa cultura e a urgência de uma causa comum, a sustentabilidade do planeta e
a solidariedade entre os povos”, acrescentou.
Em nota de imprensa enviada à Lusa, a organização refere que
o festival contemplará debates sobre políticas públicas, sustentabilidade
ambiental, inovação tecnológica e resiliência climática, promovendo “o diálogo
entre ciência, cultura, sociedade civil e governos”.
O evento contará com a presença de representantes de ilhas
como os Açores, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Madeira e Reino Unido, o que,
segundo a organização, “enriquecerá as discussões, permitindo a partilha de
boas práticas em conservação da biodiversidade, adaptação climática e inovação
social”.
“Um dos grandes objetivos do festival será promover e
valorizar boas práticas ambientais nas ilhas, sublinhando a importância da
preservação da biodiversidade e dos ecossistemas insulares”, lê-se na
nota.
Lusa
