Os ministros da
Educação da CPLP reúnem-se sexta-feira em São Tomé e Príncipe, devendo aprovar
o Plano de Ação de Cooperação Multilateral em Educação 2025-2026 (PACE), com
planos para mobilizar ajudas de observadores associados e organizações
internacionais.
"Esta é uma
matéria que tem vindo a ser debatida, não apenas no contexto desta reunião
ministerial mas também de outras e que se prende com alguma preocupação com o
financiamento que internacionalmente está disponível para ir ao encontro de
questões que dizem respeito à agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável,
onde as questões da educação são primordiais", explicou, em declarações à
Lusa, o diretor de cooperação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), Manuel Lapão.
A mobilização de
parcerias institucionais para a execução do PACE 2025-2026 será um dos temas
centrais da reunião ministerial, que debaterá a possibilidade de organizações
como União Europeia, Banco Mundial, Programa Alimentar Mundial, Unesco,
Organização dos Estados Ibero-Americanos, mas também os países observadores
consultivos da comunidade bem como entidades da sociedade civil darem o seu
contributo para os projetos da educação, segundo a agenda do encontro a que a
Lusa teve acesso.
"Há um
conjunto de parceiros internacionais com quem gostaríamos de trabalhar"
nesta área, sublinhou Manuel Lapão.
Além disso, os
ministros devem aprovar o relatório sobre o cumprimento do plano de ação da
cooperação multilateral em educação do período 2022-2024 "com um grau de
execução muito elevado, de 80%", revelou.
A reunião deverá
contar, na sessão de abertura, com as intervenções das ministras da Educação de
Angola, Maria Luísa Alves Grilo, na qualidade de representante da presidência
cessante da CPLP, e da Educação Ciência e Cultura de São Tomé e Príncipe, Isabel
Viegas de Abreu, em representação da presidência em exercício daquela
organização, que está desde agosto de 2023 sob a liderança do seu país, e que
em julho, na próxima Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, passará para a
Guiné-Bissau.
Na agenda inicial,
estava prevista também a intervenção presencial na sessão de abertura do
secretário executivo da CPLP, Zacarias da Costa, que, por motivos de agenda,
não vai estar presente e enviará uma vídeo mensagem.
Alguns ministros
previstos na agenda inicial poderão não estar presentes, como é o caso do
ministro do Brasil, Camilo Sobreira de Santana, que se fará representar pela
vice-ministra Sara Figueiredo, faltando, nas vésperas do encontro, várias
confirmações oficiais.
Para Manuel Lapão,
o importante é que as pessoas por quem os ministros se façam representar
"tenham plenos poderes para decidir", embora admita que, para
"um debate político", seria "o ideal" ter os ministros
presentes.
Na quarta-feira,
dois dias antes da reunião ministerial, decorreu o II Fórum Internacional da
CPLP sobre Cooperação em matéria de Educação, cuja primeira edição se realizou
durante o mandato da presidência angolana.
Nesta segunda
edição "pretende-se que os Estados-membros da CPLP possam, por via dos
respetivos agentes de educação, ter maior acesso às oportunidades de
intercâmbio disponíveis a nível das Organizações Internacionais", referem
documentos da organização do evento.
"Esta tem sido
uma tarefa desafiante, tendo em conta os condicionalismos da língua portuguesa,
que não constitui língua de trabalho em muitos destes organismos
internacionais", salientam.
"Assim,
torna-se imperativo que a CPLP promova uma maior aproximação a estas
Organizações, a fim de permitir um crescente interconhecimento e a
identificação de pontos de convergência que contribuam para a viabilização dos
programas e projetos inscritos" no PACE 2025-2026, lê-se no documento a
que a Lusa teve acesso.
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