No âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e
das Comunidades Portuguesas, a cidade de Olivença prepara-se para uma
celebração especial este 10 de junho. A data, que homenageia o poeta Luís Vaz
de Camões e a língua portuguesa, será marcada pela inauguração de um busto em
sua honra, oferecido pela UCCLA, simbolizando a forte ligação cultural entre
Portugal e a comunidade oliventina.
A cerimónia ocorrerá na Rua Lope de Vega, um espaço
emblemático da cidade, e contará com a presença de autoridades locais,
representantes da UCCLA e membros da comunidade. O busto, esculpido em bronze e
da autoria de Diogo Munõz, foi concebido para refletir a importância de Camões
como exponente máximo da literatura portuguesa e da lusofonia.
O início das festividades está marcado para as 12 horas, na
Praça da Constituição, com a intervenção do Alcalde de Olivença, Manuel
González Andrade, e do Secretário-Geral da UCCLA, Luís Álvaro Campos
Ferreira.
O programa inclui, também, a leitura de “Os Lusíadas” por
alunos dos Centros Educativos de Olivença, uma degustação de petiscos
portugueses e uma visita guiada à exposição “Camões - Pilar de Identidade
Cultural”.
A finalizar as comemorações, terá lugar, pelas 21h30, na
Praça de Espanha - Terreiro de Chão Salgado, a atuação musical de Princezito,
de Cabo Verde, e de Rhodália Silvestre, de Moçambique.
Esta iniciativa, que assinala também os 40 anos da UCCLA,
reforça o compromisso de Olivença em preservar e promover a herança cultural
portuguesa, estreitando laços com as comunidades lusófonas e celebrando a
riqueza da língua e da literatura que unem os povos.
As comemorações do 10 de Junho em Olivença representam um
momento significativo de união e celebração da língua portuguesa, reafirmando o
compromisso da cidade com a preservação e promoção da sua rica herança
cultural.
Princezito
Carlos Alberto Sousa Mendes, de nome artístico
Princezito, nasceu em Cabo Verde, quatro anos antes da independência, na ilha
de Santiago, vila do Tarrafal - Monte Iria, zona onde a lendária cantadeira de
Finason -Bibinha Kabral -viveu os últimos anos de vida, senhora de quem
Princezito cobiçou a arte de cantar.
Estudou na escola da vila onde nasceu, desde muito cedo
despertou a admiração dos professores e dos colegas, pela originalidade na
escrita e declamação dos seus próprios poemas, arte que aprendera em casa com
os irmãos mais velhos.
Durante os oito anos que viveu em Cuba, Princezito absorveu
a grande diversidade cultural daquele país, dos ritmos e cantos afro cubanos
passando pela música popular e contemporânea.
Foi o preceptor do projeto “AYAN”, registo discográfico que
evidenciou a nova tendência do estilo Batuku e projetou a chamada geração
Pantera. Uma produção que contou com a participação de Tcheka, Vadu, Djingo e
do próprio Princezito que trouxe à terra uma réplica de “Lua”, a composição de
sua autoria que tem vindo a marcar o sentido e a alma dos muitos que a escutam.
Registada por Mayra (CD) e Lura (DVD).
Rhodália Silvestre
Filha de pais moçambicanos, nascida em Mbabane, na
Swazilândia, em 1986. Desde muito cedo Rhodália mostrou talento para a música,
não fosse o seu pai o Maestro Faustino António Chirute, um dos poucos africanos
formados em regência de orquestras na ex-URSS e mentor do Majescoral - Maputo
Jazz Espiritual Coral. Embora o progenitor tenha sido um dos principais
influenciadores da sua carreira musical, nos fins de semana, o seu exercício
musical balançava entre harmonias e ritmos que iam desde a música clássica, ao
R&B, ao jazz, ao reggae, notando-se uma enorme influência dos ritmos
africanos que, conjugados com afro-jazz, influenciaram a sua notável
criatividade, através das suas composições musicais e sentido das suas letras.
Rhodália é por isso uma cantautora moçambicana, vencedora de
vários prémios, destacando-se o prémio revelação Ngoma Moçambique 2017, a
melhor voz de Moçambique no Ngoma Moçambique 2018, de novo a melhor voz no
Ngoma Moçambique em 2022 e ainda o prémio Vibratoques da Vodacom. De referir
que Rhodália Silvestre foi finalista na edição de 2025 do programa “Got Talent
Portugal”.
Esta voz poderosa lançou o seu álbum de originais, Wansati,
com 12 temas, editado em 24 de julho de 2020 pela produtora Modigi, com a
colaboração do consagrado baixista moçambicano Sacre que, tal como ela, foi
integrante do agrupamento moçambicano Banda Azul, sensação dos anos 2000 que
tinha Rhodália (2006), como vocalista principal.
Possuidora de uma personalidade forte que se impõe com
naturalidade, além de ser uma grande cantora, possui também outras capacidades
em que, mais uma vez, sobressai a sua resiliência de grande lutadora. Canta em
inglês, português, Zulu, Xhosa, Shangane, Swati e Chichewa, comunicando
fluentemente nestas línguas.
Anabela Carvalho
