O procurador-geral da República (PGR) de São Tomé e
Príncipe, Kelve Nobre de Carvalho, anunciou hoje à Lusa, em Lisboa, que, no
âmbito da investigação "Operação Pensionista" existe a possibilidade
de serem apreendidos "mais bens desviados" da Segurança Social.
A "Operação Pensionista" investiga o
desvio de cerca de quatro milhões de euros de créditos da Segurança Social
são-tomense.
Para o representante do Ministério Público (MP) são-tomense,
esta "foi uma fraude muito grande" e um desvio de fundos que, na
realidade do país, têm uma avolumada importância.
Segundo explicou à Lusa, a Justiça são-tomense está a
trabalhar de forma conjunta - nomeadamente o MP com outros organismos do
Estado - "no controlo e auditoria do caso".
"Acreditamos que, à partida, possamos ainda fazer
algumas outras apreensões de alguns bens desviados, mas a
investigação ainda continua", referiu, citando ainda que o
MP português e a polícia judiciária portuguesa estão a auxiliar o país
africano na investigação.
Questionado sobre a situação do pacote legislativo
referente à reforma da Justiça são-tomense - em que cinco dos seis
diplomas foram vetados em outubro pelo Presidente, Carlos Vila Nova, que
alegou imprecisões e normas que não estão conforme a Constituição -
respondeu que alguns decretos estão ainda a ser trabalhados pela ministra da
Justiça, Vera Cravid, que é também a ministra dos Assuntos Parlamentares e
Direitos da Mulher.
"O pacote legislativo encontra-se, nesse momento,
alguns [decretos] na Assembleia, outros [decretos] voltaram para o
Governo, porque havia pontos que à partida precisavam de algum consenso de
todos os órgãos de soberania. Está a decorrer um trabalho conjunto,
para laminar aqueles pontos que poderiam, de alguma forma geral, dar algum
desentendimento. Esse trabalho está a ser feito pela senhora ministra
Vera Cravid", contextualizou o procurador.
Kelve Nobre de Carvalho encontrou-se esta manhã, na
Procuradoria-Geral da República Portuguesa, em Lisboa, com o
PGR português, Amadeu Guerra, para uma "reunião de cortesia".
O representante são-tomense considerou ainda que existe uma
relação umbilical com Portugal, "não só na parte da capacitação, da
formação, mas também no âmbito da própria investigação criminal".
por Lusa
