O novo primeiro-ministro são-tomense, Américo Ramos, empossado,
prometeu governar com o foco exclusivo no bem-estar do povo, priorizando a
melhoria da saúde, eletricidade e educação, e combater o ódio, perseguições e
vingança que divide os cidadãos.
Américo Ramos definiu "três pilares fundamentais"
que guiarão o 19º. Governo hoje empossado, prometendo "um Governo com
todos e para todos, um Governo mais pequeno e com menos custos, um Governo
estável e em diálogo harmonioso com todas as instituições do Estado".
"Infelizmente, nas últimas décadas, a política dividiu
o nosso povo, alimentando desconfiança e, por vezes, inimizades. É imperativo
restaurar a confiança entre os são-tomenses e entre o povo e o Estado. Não
podemos permitir que ódios, perseguições ou divisões continuem a agitar e a
guiar o nosso futuro. A União será a força que nos permitirá enfrentar os
desafios e alcançar um país mais justo e próspero", disse o primeiro-ministro.
Américo Ramos foi ministro das Finanças (2010-2012 e
2014-2018) de governos do ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada,
secretário-geral da ADI e até aqui Governador do Banco Central de São Tomé
e Príncipe.
"Este é um Governo liderado pelo ADI [Ação Democrática
Independente], partido do qual faço parte e que tenho orgulho de servir como
dirigente. O ADI conquistou com mérito a confiança da maioria dos eleitores nas
últimas eleições. Contudo, deixo claro, serei um primeiro-ministro para todos
os são-tomenses, independentemente da sua filiação política", prometeu.
O primeiro-ministro disse reconhecer que a situação
económica e financeira do país é frágil, por isso prometeu uma governação
"com responsabilidade, eliminando desperdícios e priorizando os investimentos
que realmente impactem a vida das pessoas".
"Lutaremos contra a corrupção e promoveremos uma gestão
transparente, prestando contas à Assembleia Nacional sempre que necessário e
ouvindo todas as forças políticas, independentemente da sua posição", disse
Américo Ramos, assegurando "constante diálogo" com o Presidente
da República, "reforçando a coesão e o respeito entre os órgãos do
Estado".
O primeiro-ministro disse que "a prioridade deste
Governo será enfrentar os desafios" que mais afetam a população,
nomeadamente nos setores da saúde, eletricidade, água, saneamento do meio,
educação e segurança alimentar.
"Não prometo resolver, como num passo de mágica, os
problemas acumulados ao longo de décadas. Mas garanto que trabalharemos de
forma incansável e com todos [...] somente com esforço coletivo
conseguiremos construir um futuro melhor para todos. Este compromisso começa
agora [...] vamos juntos transformar São Tomé e Príncipe num lugar de mais
dignidade, oportunidade e justiça", declarou Américo Ramos.
O Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, demitiu o 18.º
Governo liderado por Patrice Trovoada em 06 de janeiro, apontando
"assinalável incapacidade" de solucionar os "inúmeros
desafios" do país e "manifesta deslealdade institucional",
segundo o decreto presidencial que a ADI pediu ao Tribunal
Constitucional para anular.
O novo primeiro-ministro foi nomeado no domingo
por Carlos Vila Nova depois de rejeitar o nome do ex-procurador-geral da
República Adelino Pereira, indicado pela ADI em substituição da antiga ministra
da Justiça, Ilza Amado Vaz, que renunciou antes de ser empossada, porque a
ADI divulgou, antes de ser do conhecimento do chefe de Estado, a lista de
nomes do ministro do Governo que estava a ser formado.
Também hoje tomaram posse os 10 ministros, seis homens e
quatro mulheres, que integram o novo Governo, entre os quais quatro ministros
que pertenceram o anterior executivo liderado por Patrice Trovoada.
Na segunda-feira, a Ação Democrática Independente (ADI),
vencedora das últimas eleições de São Tomé e Príncipe, rejeitou o nome de
Américo Ramos como primeiro-ministro, e acusou o Presidente da
República de "golpe de Estado palaciano" com esta nomeação.
lusa
