A atual ministra da Justiça são-tomense, Ilza Amado Vaz foi
hoje nomeada primeira-ministra de São Tomé e Príncipe, em substituição de
Patrice Trovoada, demitido na segunda-feira pelo Presidente.
"É a senhora Ilza Maria dos Santos Amado Vaz nomeada
primeira-ministra e Chefe do Governo", lê-se no documento assinado pelo
Presidente, Carlos Vila Nova, enviado à agência Lusa.
A jurista Ilza Amado Vaz é a atual ministra da Justiça,
Administração Pública e Direitos Humanos, cargo que desempenhou também entre
2014-2018, no anterior Governo liderado por Patrice Trovoada.
Amado Vaz será a terceira mulher a ocupar o cargo de
primeira-ministra de São Tomé e Príncipe e foi escolhida pelo Presidente
são-tomense entre as três figuras proposta pela Ação Democrática Independente
(ADI), que incluía a presidente do parlamento, Celmira Sacramento, e a
ministra da Saúde e Direitos da Mulher, Ângela Costa.
Antes, a ADI propôs o ex-ministro das Finanças e antigo
Governador do Banco Central, Hélio Vaz de Almeida, mas a escolha foi rejeitada pelo
Presidente da República.
"O candidato proposto não colhe a minha
sensibilidade", declarou hoje Carlos Vila Nova, em conferência de
imprensa.
A rejeição foi encarada pela ADI como "uma decisão que
em democracia não faz sentido, porque não é o Presidente da República quem
escolhe dentro de uma força política a figura do primeiro-ministro", mas o
partido justificou a indicação de novos nomes para que "a sociedade
continue na paz e na estabilidade".
O secretário-geral da ADI, Elísio Teixeira, justificou ainda
a indicação de mulheres como aposta do partido "no empoderamento das
mulheres" e porque "são pessoas já com alguma experiência e
militantes do ADI, que conhecem e podem continuar o processo de governação e
também manter a estabilidade das relações entre o partido e o Governo e com a
sociedade são-tomense".
Na segunda-feira, o Presidente são-tomense demitiu o
Governo, apontando "assinalável incapacidade" de solucionar os
"inúmeros desafios" do país e "manifesta deslealdade
institucional", segundo o decreto presidencial.
"Ao longo destes anos privilegiei sempre a estabilidade
governativa e nacional porque não faltaram motivos e razões para que eu pudesse
ter demitido este Governo", declarou o chefe de Estado.
Carlos Vila Nova sublinhou, nomeadamente, a falta de
lealdade institucional, assinatura de acordos internacionais sem conhecimento
do Presidente da República, exemplificando com a Turquia e a Venezuela, e ainda
cerca de seis meses e três semanas de ausências do chefe do Governo do
território nacional, das quais o chefe de Estado só teve conhecimento quando já
decorriam.
por Lusa
