Luzmila Ondo Bise, renomada influenciadora e ativista de
direitos humanos na Guiné Equatorial, conversou com a mídia argentina
REALPOLITIK TELEVISION para dar voz à dramática situação enfrentada pela Guiné
Equatorial após a censura digital imposta pela ditadura de Teodoro Obiang
Nguema Mbasogo.
Em suas declarações, a advogada ofereceu um olhar cru sobre
a situação humanitária em Annobón, descrevendo o tratamento a que os ilhéus são
submetidos como um "genocídio" e revelando a exploração de recursos
minerais, que inclui a extração de ouro e pedras preciosas, pela SOMAGEC.
Durante a entrevista, Ondo Bise não poupou em
descrições contundentes do que está acontecendo em Annobon, chegando a comparar
a situação com os horrores dos campos de concentração nazistas: "Eu
praticamente igualo isso aos campos de concentração de Auschwitz, porque eles
não podem nem pedir ajuda. A exploração que é realizada é desumana. Não se pode
permitir que um povo seja tratado dessa forma, como se fosse um lixo",
denunciou. Esta afirmação reflete o desespero e o abandono vividos pelos
habitantes da ilha, que, nas palavras de Ondo Bise, sofrem tratamento
degradante sob o controle de um regime que prioriza a exploração de seus
recursos naturais sobre o bem-estar humano.
O ativista sublinhou o interesse do regime de Obiang pelos
minerais de Annobon, destacando o valor estratégico dessa riqueza natural em
uma nação empobrecida onde o regime monopoliza os lucros da indústria
extrativa: "Em Annobón, ouro e pedras preciosas estão sendo extraídos.
Mesmo sendo uma ilha vulcânica, em Annobón existe uma riqueza mineral bastante
importante e, portanto, o interesse do regime em mantê-la", explicou.
Enquanto ativistas como Luzmila Ondo Bise desafiam
a censura e expõem práticas repressivas, o regime de Obiang continua a exercer
um controle rígido sobre as mídias sociais, bloqueando qualquer esforço para
expor a verdade.
