O ministro dos Transportes e
Turismo cabo-verdiano vai levar propostas para a extensão do acordo de
mobilidade laboral da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) à
reunião de ministros do Turismo esta quinta-feira, em São Tomé.
"Nós estaremos a apresentar
também junto dos outros parceiros as nossas ideias e propostas sobre a extensão
do acordo de mobilidade laboral a todos os países, principalmente os nossos
países amigos africanos de língua oficial portuguesa", referiu Carlos Santos,
citado hoje pela Inforpress - Agência Cabo-verdiana de Notícias.
As propostas serão apresentadas
na XII Reunião de Ministros do Turismo da CPLP, num momento em que a
capacitação de mão-de-obra é um dos assuntos mais debatidos no setor.
"Temos estado a considerar
em todos os fóruns que nós participamos, que este pode ser um excelente
instrumento de combate à pobreza e essa é uma das mensagens que nós queremos
deixar, para além de outras propostas que nós iremos levar para este
encontro", acrescentou.
O assunto tem suscitado discussão
no meio político.
No final de setembro, Olavo
Correia, vice-primeiro-ministro de Cabo Verde, criticou a falta de mobilidade
dentro do espaço da CPLP, ao mesmo tempo que propôs regulamentação da emigração
dentro da comunidade, que caracterizou como uma "grande oportunidade"
para todos os Estados-membros.
"Os acordos de Brasília
[assinados em 2021] para facilitação da circulação entre os países da CPLP
continuam, no essencial, não direi letra morta, mas de pouca utilidade; as
dificuldades e restrições à circulação de bens, serviços e capitais mantêm-se
e, em alguns casos, até ficaram agravadas", criticou Olavo Correia, numa
apresentação no Segundo Fórum de Economistas da ALECON - Associação Lusófona de
Economia, em Lisboa.
"Enquanto líder da CPLP e da
lusofonia, quando vejo artistas, empresários, jovens talentosos que não
conseguem obter um visto para circular no espaço da CPLP, quase que mendigam
para obter um visto - e nós aqui a falar da CPLP como espaço de liberdade - há
aqui uma grande contradição", acrescentou o governante cabo-verdiano.
Fundada em 1996, a CPLP integra
atualmente nove países - Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau,
Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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