Forças de São Tomé "não serão instrumento de interesses
políticos"Créditos:2025 Noticias ao Minuto
O chefe do Estado Maior das Forças Armadas são-tomenses
garantiu hoje que a instituição não é e não será "instrumento de
interesses políticos e partidários" que minaram a sua
estabilidade interna e estará ao "serviço exclusivo da Nação".
"As Forças Armadas hoje enfrentam desafios complexos
que exigem mais do que coragem. Exigem profissionalismo, disciplina e
modernização. O nosso dever é garantir uma Força Armada eficaz, respeitadora da
Constituição e ao serviço exclusivo da Nação, livre de qualquer interferência
política ou partidarização que, infelizmente, durante anos, enraizou-se nas
estruturas das Forças Armadas, minando a confiança pública e a estabilidade
interna", declarou João Pedro Cravid.
O chefe do Estado Maior das Forças Armadas (CEMFA) de São Tomé
e Príncipe falava durante o ato central dos 50 anos das Forças Armadas que
ficou marcado pelo juramento à bandeira de mais de 400 novos soldados recrutas
que passaram a integrar a instituição.
João Pedro Cravid disse reconhecer "os efeitos
negativos dos sucessivos intentos de inversão da ordem constitucional" que
comprometeram o desenvolvimento democrático e prejudicaram a credibilidade das
instituições nacionais, por isso reafirmou que "as Forças Armadas não são
e não serão instrumento de interesses políticos e partidários, mas sim
defensoras da Constituição e da República, da legalidade, da soberania, da
segurança e da paz social em São Tomé e Príncipe".
No entanto, o CEMFA sublinhou que umas Forças Armadas
"modernas e capazes" dependem de meios e materiais adequados,
equipamentos atualizados, tecnologia emergente, infraestruturas funcionais,
sistemas de comunicação seguros e logística eficaz e eficiente que exige
"investimento sustentável por parte do Estado e parceria inteligente com
países amigos".
"Precisamos de militares bem formados, bem treinados,
física e intelectualmente, bem equipados, disciplinados, respeitadores da
hierarquia e da cadeia de comando, éticos no comportamento e leais à bandeira
que juraram defender", declarou.
Os 50 anos das FASTP foram assinalados numa altura em que
estão por esclarecer os acontecimentos de 25 de novembro de 2022, em que quatro
civis foram mortos, com sinais de tortura, quando estavam sob custódia militar,
após uma tentativa de Golpe de Estado.
Os militares acusados pelo Ministério Público como
responsáveis por aquelas mortes continuam sem ser julgados e alguns ocupam
altos cargos nas Forças Armadas, originando críticas por parte da sociedade
civil e de partidos políticos.
O Presidente da República, Carlos Vila Nova, que presidiu ao
ato central, defendeu que "é necessário reconciliar a nação com as suas
Forças Armadas e estas com a nação, agindo a favor das mulheres e dos homens
que a integram, fortalecendo-as, corrigindo falhas e prevenindo eventuais abusos".
"As Forças Armadas têm de continuar a ser uma reserva
de disciplina, patriotismo, de entrega, de obediência, de respeito pelo
próximo, de comportamento ético e de defesa de valores democráticos,
indubitavelmente de submissão às instituições democraticamente eleitas ou
constituídas", declarou Carlos Vila Nova.
O chefe de Estado defendeu que "é imperativo" ter
"militares exemplares, onde o rigor e a disciplina devem ter espaço de
excelência", pois trata-se de uma instituição "que deve ser uma
verdadeira escola de valores e de virtudes".
Lusa
