O tenista espanhol Rafael Nadal vai retirar-se da competição
em novembro, após as finais da Taça Davis, que se disputam em Málaga, anunciou
o vencedor de 22 títulos do Grand Slam.
"Estou aqui para comunicar que vou retirar-me do ténis
profissinal. Foram uns anos difíceis, especialmente estes dois últimos, não fui
capaz de jogar sem limitações. É uma decisão difícil, que levou tempo a ser
tomada, mas nesta vida tudo tem um princípio e um fim, pelo que creio que é o
momento adequado para colocar um ponto final numa carreira longa e cheia de
êxitos, como nunca conseguiria imaginar", começa por explicar o tenista,
de 38 anos, natural de Maiorca, no vídeo partilhado.
"Entusiasma-me que o meu último torneio seja a final da
Taça Davis, a representar o meu país. É o fechar de um ciclo, uma das minha
primeiras grandes alegrias como tenista profissional foi a final de Sevilha, em
2004. Sinto-me afortunado por tudo o que pude viver", acrescentou Nadal,
agradecendo aos pais, à irmã, aos seus treinadores, ao tio, que o treinou
durante largos anos, à mulher, aos adeptos e aos rivais: "Passei muitas
horas com eles e vivi momentos que vou recordar para o resto da vida".
Embora a parte final da sua carreira tenha sido pautada por
problemas físicos, principalmente nos joelhos, Rafael Nadal retira-se como um
dos melhores tenistas de sempre. O espanhol ganhou 92 títulos em singulares, 22
deles em torneios do Grand Slam. Considerado o "rei da terra batida",
Rafa tem 14 títulos em Roland Garros, um domínio histórico que será difícil de
alguém superar.
"Na realidade têm sido anos difíceis, em especial os
dois últimos. Penso que não fui capaz de jogar sem limitações. É uma decisão
que é evidentemente difícil”, afirmou Nadal, que não joga desde que foi
eliminado na segunda ronda dos Jogos Olímpicos Paris2024, frente ao sérvio
Novak Djokovic.
Pela seleção do seu país, o antigo número um mundial
conquistou também quatro Taças Davis, além de duas medalhas de ouro olímpicas:
em Pequim 2008 (singulares) e no Rio de Janeiro 2016 (pares).
Carreira cheia de êxitos
Antes dos Jogos Olímpicos, Nadal, muito afetado por lesões
nos últimos anos, tinha chegado à sua última final, no torneio de Bastad, na
Suécia, na qual foi derrotado pelo português Nuno Borges.
O maiorquino não conquista qualquer título desde 2022,
quando conquistou os seus dois últimos torneios do Grand Slam, na Austrália e
em Roland Garros, coroando-se ainda mais como o "rei" da terra
batida, ao vencer pela 14.ª vez em Paris, no seu último título.
Além dos 22 "majors" conquistados, o maiorquino,
antigo número um mundial, conquistou mais 70 troféus e foi campeão olímpico em
singulares em Pequim2008, conseguindo o "Golden Slam" – quatro
"majors" e ouro olímpico – e em pares no Rio2016.
A sua despedida será em casa, disputando a final a oito da
Taça Davis em Málaga, procurando o seu quinto título na competição por equipas.
Nadal é o segundo membro do "big-3" que dominou o
ténis mundial nos últimos anos a retirar-se, depois de o suíço Roger Federer em
2022,"sobrando" apenas Novak Djokovic, num fim de uma era à qual se
pode juntar a reforma do britânico Andy Murray, após Paris2024.
Lusa
