A ministra das Finanças angolana classificou como
"orçamentos de arranque" as verbas atribuídas às três novas
províncias do país, para o ano de 2025, justificando assim a exiguidade
dos valores.
Vera Daves de Sousa, que falava na quinta-feira, em
conferência de imprensa de apresentação da proposta do Orçamento Geral do
Estado (OGE) 2025, entregue nesse dia à Assembleia Nacional, referiu que foi
criada para os municípios uma estrutura administrativa mais leve que a
anterior.
A proposta de OGE 2025 prevê para as províncias do Cuango,
Icolo e Bengo e Moxico-Leste orçamentos de 56,8 mil milhões de kwanzas (54,5
milhões de euros), 274,7 mil milhões de kwanzas (263,7 milhões de euros) e 74,5
mil milhões de kwanzas (71,5 milhões de euros), respetivamente, o
correspondente a 0,16%, 0,79% e 0,22% do orçamento.
A governante angolana frisou que o país conta a partir do
próximo ano com 21 províncias e com novos municípios, sendo necessário
"assegurar que os serviços públicos estão mais próximos dos cidadãos e que
essa proximidade também leve o desenvolvimento".
"Procurámos criar uma nova categoria de município, com
uma estrutura administrativa mais leve [...] porque a densidade
populacional de alguns novos municípios, entendemos que não justificava ter uma
estrutura tão pesada", realçou.
A titular da pasta das Finanças de Angola destacou que a
nova estrutura criada tem "menos chefes, menos diretores, menos chefes de
departamento", tornando o processo de orçamentar esta despesa "mais
fácil, em função dessa nova estrutura de administração municipal que foi
criada".
Com a nova divisão político administrativa, registou-se um
aumento de 162 administrações municipais, uma diminuição de 140 administrações
comunais e um aumento de três províncias, observou a ministra.
Questionada sobre as razões para a atribuição de verbas
orçamentais baixas, Vera Daves de Sousa respondeu que "o orçamento é de
arranque".
"Está tudo a começar, tem que se estabelecer a base,
tem que se constituir a folha salarial, tem que se pôr lá infraestrutura, está
mesmo a começar, ainda nem se sabe quem vai ser o governador", disse a
governante angolana.
"Tem que se dar tempo para essa equipa ser constituída,
para a equipa preparar o plano de trabalho, apresentar a sua visão, depois
também consultar os munícipes e aí sim, antecipamos que a próxima proposta já
vai vir mais alinhada com aquilo que é o normal, onde temos uma província que
tenha todo o aparelho administrativo criado e estável", acrescentou.
Este ano foram criadas, além das 18 províncias existentes,
outras três, a partir da divisão das províncias de Luanda, Cuando Cubango e
Moxico, justificada pelo Governo com a necessidade de promover desenvolvimento,
justificação contestada pela oposição que considera o aumento de despesas para
o país.
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