Quénia beneficia de 12 milhões de euros para desenvolvimento de hidrogénio verde

user 07-Sep-2023 Internacional

A Comissão Europeia aprovou um plano no valor de quase 12 milhões de euros em subvenções para investimento público e privado destinado a desenvolver a Indústria do Hidrogénio Verde no Quénia, anunciou a instituição, em Nairobi.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou o plano de subvenções à margem da Cimeira africana sobre as alterações climáticas e considerou que o Quénia "é um parceiro essencial na luta contra as alterações climáticas”.

Esta subvenção poderá impulsionar os objectivos ambiciosos do Quénia de atingir 100 por cento de energia limpa, até 2023. O Quénia, com cerca de 54 milhões de habitantes, está situado na costa da África Oriental do Oceano Índico.

O país tem uma área total de 580.370 quilómetros quadrados e uma linha costeira total de 536 km. Posiciona-se como o 24º maior país da África e o 49º maior do mundo.

Apenas uma proporção relativamente pequena da população (29 por cento) vive em regiões urbanas. Nairobi, capital do Quénia, que acolhe a Cimeira, conta com 4 milhões de habitantes, menos de dez por cento da população total do país.

  BANCO AFRICANO DE EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES
Falta de acção compromete sucesso do financiamento climático em África

O presidente do Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank), Benedict Oramah, afirmou que a falta de acções ligadas ao clima compromete o sucesso do financiamento climático em África.

Ao intervir, terça-feira, em Nairobi, capital do Quénia, no painel sobre o tema "Nova Arquitectura de Financiamento Climático”, Benedict Oramah apelou às economias desenvolvidas a honrarem os seus compromissos com as nações em desenvolvimento em relação ao financiamento climático.

"Na ausência de uma acção global firme, África está a implementar acções concretas e a apresentar propostas pragmáticas para mobilizar recursos globais para lidar com os desafios das alterações climáticas”, disse.

O Afreximbank foi convidado a contribuir para discussões de alto nível sobre o financiamento climático e várias iniciativas para apoiar os Estados africanos no desenvolvimento de indústrias verdes e preparadas para o futuro, na Cimeira do Clima em África, que reuniu líderes de Governos para discutir a exposição de África às alterações climáticas e seus custos associados, com soluções e compromissos de acção formalizados na "Declaração de Nairobi”.

A participação do Afreximbank reflecte o reconhecimento da instituição da centralidade das alterações climáticas entre os vários desafios de África, uma vez que o aumento das temperaturas e do nível do mar, as secas e as inundações restringem ainda mais o desenvolvimento económico do continente.

O compromisso do Banco relativamente às alterações climáticas, que está a promover na Cimeira, centra-se na adaptação climática.

O Afreximbank está a trabalhar para coordenar e apoiar programas que mobilizam financiamento para iniciativas relacionadas com o clima, optimizar soluções baseadas na natureza no continente e promovem a segurança alimentar africana e o abastecimento de água sustentável, bem como investem em melhorias nos sistemas que gerem e contêm desastres quando eles ocorrem.

A participação do Afreximbank na Cimeira segue-se ao envolvimento concentrado dos Bancos na COP27, em Sharm el-Sheikh, em 2022, bem como à assinatura de um Programa Nacional de 3 mil milhões de dólares entre o Afreximbank e o Governo do Quénia, em 3 de Maio de 2023.

Como parte do programa, o Governo do Quénia foi o primeiro país a aceder ao Mecanismo de Adaptação às Alterações Climáticas, recentemente, introduzido pelo Afreximbank.

A instituição anunciou a mobilização de financiamento para iniciativas que promovam a segurança alimentar africana, o abastecimento de água sustentável.

As propostas e iniciativas específicas lideradas pelo Banco, do qual Angola é membro, incluem uma colaboração com a Africa Risk Capacity (ARC), para criar um produto que proteja as economias africanas contra a segurança alimentar que surge de desastres induzidos pelo clima.

O Banco já financiou projectos centrais de energia solar, apoio na entrada de África nos mercados globais de carbono e ao apoio à criação de um Banco Africano de Energia para garantir a segurança e a sustentabilidade energética continental.

O Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank) é uma instituição financeira multilateral pan-africana mandatada para financiar e promover o comércio intra e extra-africano.

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) também lançou uma iniciativa de adaptação climática no valor de mil milhões de dólares para jovens africanos.

O presidente do BAD, Akinwumi Adesina, fez o anúncio durante a Assembleia Climática Africana da Juventude, que aconteceu um dia antes do início da Cimeira Africana do Clima.

Na presença do Presidente queniano, William Ruto, que prestigiou a conferência, o responsável do BAD disse que o projecto prevê fornecer financiamento inicial para ideias e negócios liderados por jovens.

O programa já financiou, no passado, mais de 33 empresas de jovens africanos, que resultaram na expansão de algumas, com crescimento de 200 por cento de lucro.

No segundo dia do evento, o presidente da Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), Sultan Al Jaber, anunciou uma nova linha de crédito avaliada em 4,5 biliões de dólares, entre os EAU e África com a finalidade de desbloquear as capacidades de África para a prosperidade sustentável.

Al Jaber anunciou que o Fundo Abu Dhabi para Desenvolvimento, Seguro de Crédito Etihad, Masdar e a AMEA Power juntar-se-ão à África como parceiros estratégicos, para uma previsão de um aumento adicional em 12,5 biliões de dólares de recursos multilaterais, públicos e privados.

  Programa de Emergência dos EUA

O enviado especial do  Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, para  as questões  do Clima, Jonh Kerry, anunciou o lançamento de um programa de emergência para adaptações climáticas, no valor de três biliões de dólares por ano.

Sem avançar detalhes de como o referido financiamento vai se processar, John Kerry foi um dos convidados a participar da reunião dos Chefes de Estado africanos para discutir a exposição de África às alterações climáticas e seus custos associados.

O Bezos Earth Fund (fundo do milionário americano Jeff Bezos) anunciou, terça-feira, em Nairobi, o financiamento de 22,8 milhões de dólares para a restauração liderada localmente em África.

De acordo com o presidente do Fundo Bezos Earth, Andrew, que falava à margem da Cimeira, o aporte será usado na restauração liderada localmente de 600.000 hectares críticos para o clima e os meios de subsistência.

O financiamento faz parte do compromisso de 1 bilião de dólares do Earth Fund, para a restauração da paisagem em todo o mundo. "Com estas doações, estamos orgulhosos de apoiar a próxima geração de instituições africanas que estão no centro do movimento de restauração do continente e começar o trabalho vital de alavancar a filantropia no sector privado com investimento em restauração.

jornaldeangola

 

 

 

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