ONU defende mais utilização das cadeias de valor em África

user 16-Aug-2023 Internacional

Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento defendeu esta quarta-feira o aproveitamento e investimento em cadeias de valor no continente africano devido aos seus recursos naturais.

A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) defendeu esta quarta-feira o aproveitamento das cadeias de valor em África, considerando que os abundantes recursos naturais podem colocar o continente como um participante fundamental.

As economias africanas podem tornar-se grandes participantes nas cadeias de fornecimento globais através da utilização dos seus vastos recursos de materiais necessários para os setores de alta tecnologia e para os seus próprios mercados de consumo cada vez maiores”, lê-se no comunicado que acompanha a divulgação do relatório desta agência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento em África.

A edição deste ano, lançada esta quarta-feira em Nairobi, defende que o continente africano deve ser o destino de investimento de muitas indústrias, conseguindo assim tornar-se um “destino proeminente de produção manual para as indústrias de tecnologia intensiva e uma ligação fundamental nas cadeias de fornecimento globais”.

Para a secretária-geral da UNCTAD, Rebeca Grynspan, “este é o momento de potenciar a posição global de África nas cadeias de fornecimento globais, num contexto de continuação dos esforços de diversificação, e é também o momento de fortalecer as suas indústrias emergentes, potenciar o crescimento económico e criar milhões de empregos para os africanos”.

O relatório aponta que a abundância de minerais e metais críticos para a transição energética colocam o continente numa boa posição para ser o destinatário de mais investimento internacional, tentando compensar “a turbulência comercial, os eventos geopolíticos e a incerteza económica que forçou os produtores a diversificarem os seus locais de produção”.

Entre as vantagens para os grandes investidores internacionais, a UNCTAD aponta também “a rapidez de acesso a matérias-primas, uma força de trabalho adaptável e sensível à tecnologia e uma crescente classe média, conhecida pela sua crescente procura de bens e serviços mais sofisticados”.

Até agora, 17 países, incluindo os lusófonos Angola e Moçambique, já implementaram legislação sobre utilização de conteúdo local para apoiar o crescimento das indústrias locais de fornecimento, aumentar a transferência de tecnologia, criar empregos e valor dentro das suas fronteiras, nota a UNCTAD.

Para a agência das Nações Unidas, os países africanos devem “garantir melhores contratos mineiros e licenças de exploração para os metais usados nos produtos de elevada tecnologia, o que fortaleceria as indústrias domésticas, permitindo que as empresas locais desenhem, contratem, produzam e forneçam os componentes necessários”.

Lusa

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