Reformas em curso e acordos internacionais facilitarão acordo com FMI

user 01-Mar-2023 Nacional

O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe disse que as reformas económicas em curso e os acordos financeiros alcançados com os doadores internacionais vão facilitar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Algumas medidas são difíceis, mas se não fizermos reformas, ficam definitivamente piores; é preciso ter coragem, é preciso atender aos setores mais sensíveis e desfavorecidos, e é isso que temos feito", disse Patrice Trovoada quando questionado sobre a dificuldade de implementar medidas impopulares para responder à situação financeira que o Governo diz ter herdado do Executivo anterior.

Em declarações aos jornalistas à margem da sua participação numa conferência em Lisboa, o governante acrescentou: "Agravámos algumas taxas, vamos evoluir para introduzir o IVA, mas também tomámos medidas para as camadas desfavorecidas, por isso vamos perder alguns recursos ao nível do Estado devido às medidas de proteção social, mas com as reformas e o relançamento da economia sairemos todos a ganhar".

O Governo de São Tomé e Príncipe tem argumentado que a situação financeira que herdou do Executivo anterior é muito pior do que aquela que esperava, ao ponto de o FMI ter suspendido o programa de assistência financeira devido à derrapagem de muitas das metas orçamentais estipuladas no programa.

"A situação é extremamente complicada e os são-tomenses têm consciência e estamos engajados nessa luta; precisamos de tempo, que não temos, e precisamos da compreensão da comunidade internacional, que temos, mas precisamos de dar sinais e tomar medidas corajosas e vamos tomar essas medidas", acrescentou o governante.

Questionado sobre as medidas e os encontros que tem mantido com os doadores internacionais, Patrice Trovoada disse estar otimista e lembrou que "o primeiro sinal foi dado por Portugal", quando disponibilizou ajuda financeira de emergência no final do ano passado, "e o segundo passo foi dado por Angola, agora".

Em causa, explicou, está a transformação de dívida pública de São Tomé a Angola, que agora foi transferida para uma dívida empresarial.

"O Governo reverteu essa dívida pública de mais de 340 milhões de dólares para uma dívida consignada entre duas empresas, o que vai permitir a São Tomé e Príncipe estar em melhores condições para agora negociar um programa com o FMI, espero ter esse programa, e vamos continuar a pedir apoio, estamos a negociar com o Banco Mundial, estarei no Qatar em alguns dias para discutir questões financeiras, estive no Gabão ontem [quinta-feira] com essa agenda, e no final do mês vou debater com a União Europeia", afirmou Patrice Trovada.

O governante explicou que o país está a fazer o seu papel na comunidade internacional e lembrou a recente adesão à resolução das Nações Unidas quanto à Ucrânia: "Votámos ao que achamos ser juntos, que é a condenação da Rússia, e os países que estão alinhados connosco continuarão a ser solidários com São Tomé e Príncipe naquilo que diz respeito aos nossos pedidos".  Lusa

 

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