Madeira. Demissão de Albuquerque foi aceite mas data de saída fica em aberto

user 30-Jan-2024 Internacional

© Homem de Gouveia - Lusa

O representante da República na Madeira aceitou esta segunda-feira a demissão do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, que é suspeito de oito tipos de crimes, incluindo o de corrupção. A demissão não tem, porém, efeitos imediatos, podendo concretizar-se apenas após a aprovação do Orçamento da região.

“Por enquanto não tem efeitos imediatos. Eu estou a ponderar com o senhor presidente do Governo qual a melhor altura para que essa demissão produza efeitos. Como sabem, há problemas pendentes, nomeadamente o orçamento regional”, disse aos jornalistas Ireneu Barreto, representante da República, após a reunião com Miguel Albuquerque.

“Pode ser que seja ainda esta semana, pode ser que seja só depois do Orçamento aprovado”, adiantou.

O responsável explicou que, “se o Governo cair já”, irá iniciar “o processo normal de ouvir os partidos para depois tomar uma decisão”.

“Estou aberto a toda a solução que seja aquela que eu considere a maior defesa dos interesses da Madeira”, declarou Barreto.###1546763###Lado a lado com o representante da República, Miguel Albuquerque considerou que “toda a gente percebe” que “não podemos ter uma gestão por duodécimos num Orçamento que tem neste momento 2.170 milhões de euros”.

“É fundamental, para além das questões da conjuntura, da questão política, destas questões mediáticas, analisarmos aquilo que são os interesses fundamentais da região”, declarou o presidente do Governo Regional. “Não estou agarrado de maneira nenhuma ao cargo”, declarou Miguel Albuquerque.

Albuquerque disse ainda estar disponível, independentemente dos seus interesses, “para tudo aquilo que seja do interesse da Região Autónoma da Madeira”.

“Nós não podemos ter aqui uma situação de instabilidade económica e social que traga regressão para o desenvolvimento da região. Portanto, independentemente do jogo político, independentemente dos interesses dos partidos – que são legítimos – e independentemente de algum ruído mediático em torno desta questão, eu sou obrigado (…) a atender aos interesses” da Madeira, insistiu.

Miguel Albuquerque anunciou na sexta-feira que iria renunciar ao cargo de presidente do Governo Regional, dois dias depois de ter sido constituído arguido no âmbito de um processo em que são investigadas suspeitas de corrupção na Madeira.

A investigação levou à detenção do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, assim como de dois empresários ligados ao setor da construção civil e do turismo.

Entretanto, foi cancelada a reunião do Conselho Regional do PSD que estava prevista para esta segunda-feira, apurou a RTP.

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