No dia 27 de Setembro do ano corrente, a ilha de São Tomé foi classificada como Reserva da Biosfera no 5º Congresso Mundial das Reservas de Biosfera da UNESCO, que teve lugar na minha terra natal, Hangzhou, China. Desde então, São Tomé e Príncipe tornou-se o primeiro país do mundo a ter todo território classificado como Reserva Mundial da Biosfera, marco histórico este que serve de modelo para a preservação da biodiversidade mundial e motor para o desenvolvimento sustentável socioeconómico de São Tomé e Príncipe. Esta conquista histórica deve-se ao seu compromisso com a prioridade na ecologia e no desenvolvimento sustentável, que está perfeitamente alinhado com a cultura tradicional chinesa.
A relação entre a humanidade e a natureza é a mais fundamental na sociedade humana. A China possui uma rica história de sabedoria ecológica e tradições culturais. O respeito e o amor pela natureza são razões importantes pelas quais a nação chinesa prosperou ao longo de milhares de anos. Desde o 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCCh), o PCCh centrado no Secretário-geral Xi Jinping, tem reforçado o desenvolvimento da civilização ecológica, planejado a reforma do seu sistema e gerido de forma integrada e coordenada montanhas, rios, florestas, campos, lagos, pastagens e desertos, empenhando-se para vencer a batalha contra a poluição. Seguindo o Pensamento de Xi Jinping sobre a Civilização Ecológica, formado neste processo histórico, e durante o período do 14º Plano Quinquenal (2021-2025), a China aderiu aos princípios da prioridade na ecologia e no desenvolvimento sustentável, acelerou a transformação verde do seu modelo de desenvolvimento, envidou esforços de forma coordenada para reduzir as emissões de carbono e a poluição e aumentar as áreas verdes e manter o crescimento, promoveu a coexistência harmoniosa entre a humanidade e a natureza, de modo a criar uma China bela com montanhas verdes, águas cristalinas e ar limpo e tornar a base verde do seu desenvolvimento cada vez mais sólida.
Durante este período, com o seu rápido desenvolvimento no setor da energia limpa, a China construiu o maior e mais dinâmico sistema de energia renovável do mundo, sendo que a capacidade instalada de energia renovável representa 60% da matriz energética. De 2021 a 2024, a taxa de crescimento anual da geração de energias solar, nuclear e eólica foi de 20,3%, e um em cada três quilowatts-hora da eletricidade consumidos por toda a sociedade era da energia limpa. A eficiência energética melhorou significativamente, com uma diminuição cumulativa de 11,6% no consumo de energia por unidade de PIB de 2021 a 2024, fazendo da China um dos países com a redução mais rápida da intensidade energética em todo o mundo.
Durante este período, as lutas para proteger o céu azul, as águas cristalinas e o solo limpo continuaram, e a qualidade do ambiente melhorou de forma constante, apresentando uma boa prática de como o maior país em desenvolvimento podia proteger o ambiente ao mesmo tempo que alcançava um rápido desenvolvimento económico e social. Em 2024, a proporção de corpos de água superficiais com excelente qualidade aumentou para 90,4%, e a cobertura florestal atingiu mais de 25%, um aumento de cerca de 2 p.p. em comparação com 2020. A China contribuiu com cerca de um quarto das novas áreas verdes do mundo, tornando-se o país com a maior e mais rápida reflorestação.
Durante este período, deram grandes passos as indústrias verdes e de baixo carbono. Em 2024, as exportações dos “três novos produtos”, nomeadamente, veículos elétricos (VEs), baterias de lítio e produtos fotovoltaicos, aumentaram 2,6 vezes em relação a 2020, enriquecendo continuamente a oferta de produtos verdes ao mundo. Em 2024, a produção de VEs atingiu 13,17 milhões de unidades, aumentaram mais de 8 vezes em comparação com 2020, mantendo a posição da China como maior produtor e vendedor mundial durante dez anos consecutivos. No final de 2024, a matriculação de VEs chegou aos 31,4 milhões, sendo que mais de metade dos VEs do mundo circulam na China.
Durante este período, com a implementação proativa da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas e o Acordo de Paris, a China alcançou progressos importantes no cumprimento da sua Contribuição Nacionalmente Determinada para 2030, tendo atingido as metas de capacidade instalada total de energias eólica e solar e de volume de povoamento florestal antes do prazo previsto.
Roma não se construiu num dia. As conquistas da China no domínio da civilização ecológica têm sido resultado dos trabalhos árduos e contínuos de 1,4 bilhões do povo chinês, liderado pelo PCCh, ao longo dos 14 Planos Quinquenais consecutivos.
Entre os dias 20 e 23 de Outubro, a 4ª sessão plenária do 20º Comitê Central do PCCh foi realizada em Beijing, na qual foram deliberadas e aprovadas as Propostas do Comitê Central do PCCh para a Formulação do 15º Plano Quinquenal de Desenvolvimento Econômico e Social Nacional. Conforme o plano, a China irá trabalhar ainda mais nos próximos 5 anos, com vistas a obter conquistas notáveis no desenvolvimento de alta qualidade, elevar substancialmente o nível de autossuficiência e autofortalecimento em ciência e tecnologia, alcançar novos avanços em um maior aprofundamento integral da reforma, elevar significativamente o nível da civilidade social, melhorar constantemente a qualidade de vida do povo, conquistar novos avanços substanciais na construção da China Bela e fortalecer ainda mais o escudo da segurança nacional.
Da extrema pobreza quando foi fundada a República Popular da China há 76 anos atrás, às notáveis conquistas do 14º Plano Quinquenal e ao grandioso projeto para a segunda meta centenária, o percurso da modernização chinesa demonstra a natureza científica, estável e eficaz das suas políticas nacionais. Para compreender as razões deste sucesso, gostaria de compartilhar os três pontos seguintes:
I. Persistimos na forte liderança do PCCh. Ao recordarmos o árduo percurso de inúmeros patriotas em busca de prosperidade e força nacional, percebemos que só o PCCh conseguiu liderar o povo chinês à conquista da independência e prosperidade nacional. Com a liderança centralizada e unificada do Comité Central do Partido, foi possível colocar em pleno funcionamento vontades públicas, tirar proveito dos recursos disponíveis e implementar tarefas específicas com elevada qualidade na execução de estratégias de desenvolvimento nacional, como os Planos Quinquenais. Em 76 anos e com 14 Planos Quinquenais, o PCCh tornou a China em a segunda maior economia do mundo e o único país do planeta a possuir todas as 41 grandes categorias industriais, 207 categorias médias e 666 categorias mais pequenas listadas na classificação industrial das Nações Unidas, criando um grande feito na história do desenvolvimento humano.
II. Aderimos à filosofia de desenvolvimento de colocar o povo no centro. O PCCh sempre defende a sua aspiração e missão originais de servir ao povo e tem como propósito fundamental a melhoria do bem-estar do povo. A China construiu os maiores sistemas do mundo de educação, de segurança social e de saúde, livrou quase 900 milhões de pessoas da pobreza absoluta e alcançou com 10 anos de antecedência a meta de redução da pobreza da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, dando um contributo histórico para a causa global da redução da pobreza. Neste percurso, melhoramos de forma constante o ambiente e o ecossistema, damos mais esforços para que o povo se sinta mais beneficiado, feliz e seguro em relação ao ambiente e construímos um novo paradigma de desenvolvimento harmonioso entre a humanidade e a natureza, fatos esses que explicam a estratégia nacional de desenvolvimento e da prática da filosofia de desenvolvimento de colocar o povo no centro.
III. Somos unidos pela forte coesão da nação chinesa. Nos primordiais da República Popular da China, o povo chinês uniu-se apesar da extrema pobreza e definiu claramente os focos prioritários do desenvolvimento, construindo um sistema industrial e um sistema económico nacional independentes. Após a reforma e abertura na década 1970, os povos de todos os 56 grupos étnicos do país uniram-se, conseguindo um salto tremendo de atender as necessidades básicas de alimentação e vestuário a tornar a China em um país de rendimento médio. Desde o 18º Congresso Nacional do PCCh, a China aproveitou ainda mais as vantagens do seu sistema nacional e promoveu de forma abrangente os progressos económico, político, cultural, social e ecológico, criando um milagre de rápido desenvolvimento económico e da estabilidade social a longo prazo. Vale ressaltar que esta perspectiva holística se destaca particularmente no domínio da civilização ecológica. Coordenamos a proteção integrada e a governação sistemática de montanhas, rios, florestas, campos, lagos, pastagens e desertos, criando uma série de milagres de desenvolvimento verde e ecológico e o magnífico cenário de céu mais azul, terras mais verdes, águas mais cristalinas e o povo mais feliz.
No dia 25 de Setembro, dois dias antes do anúncio da classificação de todo o território são-tomense como Reserva da Biosfera,o Presidente Xi Jinping anunciou solenemente a Contribuição Nacionalmente Determinada da China para 2035 na Cimeira das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, a qual abrange todos os setores da economia e inclui todos os gases com efeito de estufa, e propôs pela primeira vez uma meta de redução de emissões absolutas, demonstrando a firme determinação, o máximo empenho e a responsabilidade da China. A China está disposta a trabalhar com todos os países do mundo, incluindo São Tomé e Príncipe, para implementar as quatro Iniciativas Globais, promover a construção de um sistema de governança global mais justo e equitativo e alcançar a meta de construir uma comunidade de vida na Terra e uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.
(A autora é Embaixadora da República Popular da China em São Tomé e Príncipe, Sra. Xu Yingzhen)